Imaginem vocês que fui totalmente pego de surpresa quando minha filha mais velha chegou pra mim e disse: "Pai, quero beijar!!", assim como quem pede pra passar a manteiga. Estava eu de costas lavando a louça do almoço e, como pai moderno que sou, disse: "Ah filha, um dia você vai encontrar algum garoto legal e irá acontecer, não tenha pressa" e ela retrucou: "Não pai, será hoje, já marquei!", eu: "Como assim já marcou?", ela: "Ué, é um menino da minha escola e já marcamos que iremos beijar hoje à noite no cinema e é o senhor que vai me levar" disse ela toda segura. Virei-me pra ela, olhando atônito para aqueles lindos e firmes olhos castanhos escuros... ela ainda completou: "Tudo bem né, pai?". Senti aquilo como uma participação em sua entrada na adolescência e não como um pedido de autorização.
Bom, fiquei com aquilo na cabeça o resto do dia... torcendo para que nunca escurecesse e eu tivesse que sair da minha cômoda posição de pai e único homem em sua vida, até então. Pensava: "Meu Deus, já chegou a hora e agora?", "Será que o menino vai passar a mão nela?", "Putz, fiz tanta graça com a filha dos outros, agora farão com a minha", "Deus meu, ajude-me com alguma saída". Que nada, Deus nem deu bola para minha vã oração.
Às 19h ela veio até mim e disse: "Vamos pai", eu, calado como um boi que sabe a hora da sua morte, apenas peguei a chave do carro e saímos, somente eu e ela. No meio do caminho ainda fui advertido: "Pai, anda que não quero chegar atrasada, a sessão começa às 19h30". A deixei na porta do shopping e segui de volta pra casa.
Em casa, com as outras filhas (na época só tínhamos mais duas) fizemos janta, rolamos no tapete, assistimos TV, dançamos, brincamos e rimos tanto que até esqueci da pré-adolescente beijoqueira do cinema... Quando deu 21h o telefone tocou e do outro lado um pedido para ir buscar. Hum... um turbilhão de pensamentos pulularam minha cabeça no caminho de casa até o shopping: "E agora, será que o desbravador de bocas de filhas de pais tão dedicados e amorosos, estará lá na frente, abraçadinho com ela?", outro pensamento: "Vou quebrar a cara daquele moleque sem vergonha!!".
Chegando na porta do shopping lá estava ela, sozinha (ufa!!). Acenou pra mim... parei o carro e ela entrou, nos cumprimentamos com um abraço e um beijo no rosto, como de costume. Daí perguntei: "E aí filha, gostou?", ela sem me olhar, repreendeu firme: "Pai, não quero falar nada sobre este assunto". Fiquei calado e em pensamento falei: "Mas eu perguntei do filme e não do primeiro beijo". Depois de uns 5 minutos no mais puro e atormentador silêncio, ainda durante o caminho do shopping até em casa ela disse: "Nojento né pai!!", nos olhamos e caímos na gargalhada... rimos muito e nos abraçamos! Com os olhos marejados em lágrimas atestei que minha ex-pequena filhota de pintinha no nariz entrava, de fato, na adolescência. E mais feliz ainda fiquei por ela ter confiado em mim o tempo todo. Uma verdadeira lição de vida de uma adolescente com 12 anos para um homem de 36. Eita vida besta, meu Deus... rs.
Abraços,
Alexandre.
Super Pai sempre em ação!rsrsrs..
ResponderExcluirBjus Dani.
hahahahaha
ResponderExcluirAdorei...
Bjs
Tati
http://comoagarrarummarido.blogspot.com/
Hahahahah... é, só quem tem filhos entende... qdo engravidei um amigo que estuda alemão me disse que na Alemanha tem um ditado que diz "saúde na vida e filho homem!" e falou que era o que desejava pra mim! Hahahahahah...
ResponderExcluirMto engraçada sua filha!!! Legal como ela confia em vc...